Sobre o tema

Vivência(s), Convivência(s) e Sobrevivência(s) em Contexto de Pandemia: relatos e experiências.

A Escola Superior de Educação e Ciências Sociais do Politécnico de Leiria e o CICS.NOVA.IPLeiria convidam mediadores interculturais, professores, profissionais da saúde, educadores, investigadores, cientistas sociais, da educação, da saúde e do desporto, educadores sociais, assistentes sociais, animadores e outros interventores sociais, a debater Vivência(s), Convivência(s) e Sobrevivência(s) em Contexto de Pandemia: relatos e experiências.

O novo coronavírus, designado SARS-CoV-2, foi identificado pela primeira vez na cidade de Wuhan, na China, em dezembro de 2019. Este novo agente, que nunca tinha sido identificado em seres humanos, rapidamente atravessa fronteiras físicas e sociais e se instala em todos os territórios, povos e nações.

À medida que os diferentes países vão sendo afetados pela doença sucedem-se os confinamentos de forma a evitar os contactos físicos e consequentemente as infeções.

Conceitos como “plano de contingência”, “ventilador”, “zaragatoa”, “confinamento”, “quarentena”, “assintomático”, “indicador Rt” ou “surto”, passam a incorporar o léxico quotidiano das instituições e dos seus profissionais. As instituições do trabalho social veem-se obrigadas a readaptar as suas práticas de mediação e intervenção social para fazer face à imprevisibilidade de um vírus mortal e ainda pouco estudado.

Nunca a sociedade de risco esteve tanto na ordem do dia. Se o risco é um estado entre a destruição e a segurança, a perceção do risco condiciona indubitavelmente o pensamento e a ação (Beck, 1999). No espaço temporal de 1 ano, o imperativo distanciamento físico transformou-se em distanciamento (também) social colocando indivíduos, grupos e sociedades perto da “institucionalização total” (Goffman, 1974).

Ainda que o avanço tecnológico e as novas tecnologias permitam novas e rápidas formas de comunicação não permitem recuperar o toque, o abraço, o beijo, o calor humano. Formas de comunicação tecnologicamente avançadas, mas que não evitam sociedades afetivamente mais distantes. É necessário reinventar formas de trabalho, de interação, de intervenção. Urgem novas mediações para um mundo em permanente mudança. São indispensáveis novas ferramentas para um entendimento a nível pessoal, comunitário, social e político, em que o papel transformador e humanizador da mediação pode assumir o lugar central de uma nova cultura mais humanizadora (Torremorell, 2008).

No fundo, o contexto de pandemia altera vivência(s) que se traduzem em novas formas de convivência(s) que, no limite e muitas vezes, implicam também estratégias de sobrevivência(s), como queremos escutar (ouvir com o coração), entender, compreender, discutir, aprofundar, debater, partilhar e sistematizar na 9.ª conferência de Mediação Intercultural e Intervenção Social, nos dias 26 e 27 de novembro de 2021.

Beck, U. (1999). World Risk Society, Londres: Sage.

Goffman, E. (1974). Manicômios, prisões e conventos, São Paulo: Perspectiva.

Torremorell, M. (2008). cultura de mediação e mudança social, Porto: Porto Editora.

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